Contemporâneo
do fabulista gaulês La Fontaine, Charles Perrault sempre viveu em Paris e
morreu aos 75 anos. O poeta da Academia Francesa não atuou exclusivamente no
mundo das letras. Além de trabalhar como advogado, tornou-se superintendente de
construções do Rei Sol Luís XIV, posição política em que se destacou ao lado do
ministro Colbert.
Membro
da alta burguesia, Perrault foi imortalizado por criar uma literatura de cunho
popular que caiu no gosto infantil e contou também com a aprovação dos adultos.
Com pouco mais de 50 anos, trocou o serviço ativo pela educação dos filhos.
Movido por esse desejo, começou a registrar as histórias da tradição oral
contadas, principalmente, pela mãe ao pé da lareira.
Com
quase 70 anos, publicou um livro de contos conhecido, na época, como
"contos de velha", "contos da cegonha" ou "contos da
mamãe gansa", sendo o último o título por que ficou conhecida a obra em
todo o mundo. A primeira edição, de onze de janeiro de 1697, recebeu o nome de
"Histórias ou contos do tempo passado com moralidades", que remete à
famosa moral da história presente ao final de cada texto.
Com
redação simples e fluente, as histórias eram adaptações literárias que traziam
ao final conceitos morais em forma de verso. Essa perspectiva promove, desde a
fase inicial, na chamada literatura infantil a existência de um teor pedagógico
associado ao lúdico.
Os
"Contos da mamãe gansa" se constituem de uma coletânea de oito
histórias, posteriormente acrescidas de mais três títulos, ainda que num
manuscrito de 1695, só encontrado em 1953, constassem apenas cinco textos. Os
contos que falam de princesas, bruxas e fadas trazem histórias que habitam até
hoje o imaginário infantil como "A Bela Adormecida",
"Chapeuzinho Vermelho", "Cinderela", dentre outros.
Obra
Contes de Ma Mère l'Oye é o nome em francês dos
Contos da Mãe Gansa publicados em 1697. A obra constitui-se de uma compilação
de contos populares que, na época, eram menosprezados em seu tempo.
A coletânea é composta de oito contos inicialmente,
mas posteriormente mais três são incorporados. A figura da Mãe Gansa já
demonstra a aproximação de Perrault com as narrativas populares. Mãe Gansa,
numa ilustração da edição original, assemelha-se a uma velha fiandeira que
conta histórias. Imortaliza-se, assim, este símbolo no mundo literário.
Os oito contos iniciais são:
- La
Belle au Bois Dormant - A Bela Adormecida no Bosque
- Le
Petit Chaperon Rouge - Chapeuzinho Vermelho
- La
Barbe-Bleue - O Barba Azul
- Le
Maître Chat ou Le Chat Botté - O Gato de Botas
- Les
Fées - As Fadas
- Cendrillon
ou La Petit Pantoufle de verre - A Gata Borralheira
- Riquet
à la Houppe - Henrique, o topetudo
- Le
Petit Poucet - O Pequeno Polegar
Os três contos incluídos posteriormente na
coletânea são:
- A
Pele de Asno
- Os
Desejos Ridículos
- Grisélidis
Na verdade, em metade desses contos não há fadas,
assim categorizá-los como contos de fadas não seria o melhor. Eles são contos
maravilhosos, uma vez que aparecem elementos fora da realidade concreta,
inclusive as fadas (boas ou más). No conto Chapeuzinho Vermelho, o lobo
personificado é o elemento maravilhoso; em Barba Azul, há a chave com a mancha de
sangue que não pode ser lavada; em O Gato de
Botas, também há a personificação do gato, além da presença do Ogre
e suas transformações; enquanto em O Pequeno Polegar existem as botas de sete
léguas.
Fonte de pesquisa:
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